
Comecei a gostar dela com minha amiga Jessica. Logo que ouvi me encantei por tamanho talento. E não só por isso. A Amy tinha uma alma que vivia em constante tortura, uma sensibilidade ímpar. Eu sempre me identifiquei muito com ela, sem falar de suas músicas.
Minha tia costumava dizer que ela tinha uns olhos tristes, quase inocentes. E era mesmo. A Amy tava perdida nesse mundo. Pra mim, ela sempre foi muito a frente dessa sociedade, por isso que, não aguentando, teve de se refugiar dentro de si mesma usando de subterfúgios que, infelizmente, a levaram pra longe da sobriedade física e mental.
Eu nunca havia chorado pela morte de alguém famoso, de um ídolo. Hoje lágrimas foram inevitáveis. A Amy esteve presente numa fase muito difícil da minha vida. Numa fase onde era ela quem me segurava de depressões e desejos ruins. Por mais controverso que isso possa parecer, tendo em vista a letra de suas músicas maravilhosas. Era assim.
Eu ainda lembro muito bem quando "Wake Up Alone" era meu hino e todos os dias eu escutava antes de dormir. Assim como "Rehab" que todos as vezes que eu ia pra boate, era seu remix que tava divertindo todo mundo. Não esquecendo "Tears Dry On Their Own", a trilha sonora da recuperação, ou "Monkey Man", dos pulos e passos de dança frenéticos.
Apesar de escândalos e depressões, a Amy Winehouse se fincou num patamar alto da cultura pop. Ainda que sua vida pessoal atrapalhasse muito sua carreira, não havia nada que ela fizesse por aí que impedisse qualquer pessoa que ouvisse sua voz cálida de se emocionar. A Amy Winehouse tocava mesmo as pessoas que se viam nela, gostavam dela, ouviam suas músicas.
Nossa, mas eu senti muito a morte dela. Honestamente, ainda preferia que amanhã o jornal dissesse que foi tudo uma jogada de marketing.
Nem sei o que falar direito, ainda to meio que em choque. Agora, "in your way, in this blue shade, my tears dry on their own".
♫ Wake Up Alone - Amy Winehouse
- 14:45h
Lohan;