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Estudante de jornalismo, apaixonado por Chicklit, música, seriados e devaneios.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Borboletas Pretas

- Sou eu!
- Mas já se passou tanto tempo! Nem sabia se você estava vivo!
- Eu estava longe, esperando o momento certo de aparecer.
- Mas por onde você andou?
- Por aí...
- Você não acha que mereço explicações?
- Ah, minha querida... Aquela chuva de pedra ainda cai constantemente em mim...
- Não entendo.
- Feche seus olhos.
- ...
- Você me sente?
- ...
- Sente minha presença?
- Não... Não consigo sentir.
- Foi isso o que aconteceu.
- Preciso de você aqui...
- Precisa?
- Sim!
- Como eu precisei de você miseravelmente?
- Não consigo respirar...
- Diga que me ama!
- Não consigo respirar!
- Eu vou estar por perto para te guiar como uma vela na escuridão, oscilando com o vento de amores frustrados. Consegue respirar?
- Sim, consigo.
- Melhor assim.
- Não é possível! Eu te procurei por tanto tempo!
- Junto de outros?
- ...
- Eu precisei de você desesperadamente enquanto a adaga vacilava em minha mão, mas você estava em outros braços...
- Eu não quis te machucar de verdade!
- Eu sei, querida, você apenas violou sua alma, apenas foi muito covarde para enxergar além da máscara.
- Não quero ouvir disso.
- Eu sei que você rezou! Eu sei que você soube do que aconteceu comigo depois que acabou.
- Não posso escutar disso.
- Sei que até hoje reza por meu perdão, mas quer que eu continue morrendo a cada amanhecer.
- Você ainda me quer para sempre.
- Você me ouve quando vai dormir?
- Você ainda me quer para sempre?
- Você me ouve quando vai dormir.
- Saia! Você não existe!
- Não se culpe, querida!
- Você não vê que me arrependo?
- Não se culpe.
- Tire a roupa! Quero ver as cicatrizes!
- Elas não existem mais... Abrace-me.
- Os paraísos estão caindo ao meu redor.
- Você queimou seus paraísos, Christine!
- Não sei o que fazer...
- Não faça! Apenas me abrace.
- Não se aproxime.
- Está vendo a borboleta? Ela é preta.
- Onde estou?
- Você está comigo.
- Mas aonde?
- Comigo!
- Onde está o Matheus?
- Matheus?
- Sim, o Matheus!
- Cale-se!
- Por que? Onde ele está?
- Olhe a borboleta! Ela não é linda?
- Bernard, onde está o Matheus?
- Não está vendo?
- Aonde?
- Eu sou o príncipe aqui, Christine.
- Matheus? Essa borboleta... NÃO!
- Veja como ela está parada, presa em sua beleza, na palma de minha mão.
- NÃO! Ela está em chamas! Como você fez isso? Matheus...
- Não há mais Matheus!
- Está vendo as outras borboletas? Cada uma delas é alguém especial para você. E todas elas estão em chamas agora. NÂO EXISTE MAIS NINGUÉM PRA VOCÊ!
- Isso não está acontecendo... Pare, Bernard!
- Diga que me ama!
- Mas eu não te amo mais! Você sabe...
- E por que rezou por mim todo esse tempo... ?
- Porque...
- Devolva minha inocência, Christine! Ou quebro seus ossos!
- Bernard, não sei do que fala!
- Dance comigo.
- Com um sorriso eu te vi partir, você não deveria saber que eu chorei.
- Dance comigo.
- Por que você está me olhando assim?
- Dance comigo!
- Pare, Bernard! Não se aproxime mais que isso!
- Estou sentindo cheiro de medo?
- Não tenho mais nada pra sentir por você!
- Não tente correr!
- Não posso respirar...
- Dance comigo!
- Não posso... res..pi...
- Levante.
- Não consi...
- Foi você quem escolheu. Eu vou te guiar como uma vela na escuridão, oscilando com o vento dos amores frustrados. Você foi, mas agora é tarde.


♫ Falling Again - Lacuna Coil

- 19:58h

Lohan;

terça-feira, 24 de maio de 2011

Tratado das criaturas da noite

As criaturas da noite caçam. É de sua natureza postarem-se do alto para melhor localizarem suas vítimas potenciais.
E então é o momento do grande felino de descer e caminhar, com passos silenciosos e leves, em direção ao coelhinho trêmulo e crédulo, ao pavão vaidoso e tolo, a corsa ligeira e fugitiva. Seus caninos brilham à menor menção de luminosidade, irridescentes. É isso que atrai suas presas, é isso que as fascina primeiramente: o sorriso avassalador e assassino do animal noturno.
Seus olhos agora mantêm a presa acuada, encantada sob seu estranho fascínio, olhos penetrantes e, apesar disso, inocentes e doces. Suas principais armas são a aparente fragilidade e a sensualidade almiscarada dos selvagens que ele exala ao seu redor, despertando em suas presas o desejo irrefreável de possuir para si o aparente calor de sua pele, ser a razão dos seus sorrisos, servi-lo mansamente; a presa volita, presa ao medo de perder o animal poderoso que se mostra disponível; ele lhe é troféu e, ao mesmo tempo, muralha protetora. E neste momento o caçador se deixa caçar, mostra-se dominado, exangue, cansado, frágil. Não quer mais caçar – argumenta – deseja apenas a pelagem macia do seu frágil captor.
O perigo passa e a presa dorme na certeza da posse de seu predador.
Mas, as criaturas noturnas não sabem o que quer dizer piedade, nem estão domadas, ainda que nos braços servis de suas vítimas. No momento certo cravarão suas presas, na jugular que está e sempre esteve tão a seu dispor.
A vítima inutilmente se debate, presa ao prazer da mordida e ao medo de perdê-lo para sempre. Subjuga-se à lambida, à carícia, como se subjugará ao dilaceramento. Está entregue, é de seu predador por inteiro e sabe, neste momento, que jamais conhecerá prazer tão intenso e que será abandonado na hora mesma em que se findar a tortura da dor e da subjugação.
A criatura noturna então voltará a seu alto posto de observação, escondido dos olhos diurnos, incapazes de compreender sua natureza soturna, e aguardará sua nova caçada.


♫ Queen of the Night Aria from Die Zauberflöte - Mozart

- 20:27h

Lohan;

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sonhos maus, bons pesadelos.

Uma proposta surgida assim, do nada, acordou uma mente perturbada e pervertida, e o predador que vivia em sigilo nos recônditos de seu cérebro doente se interessou imediatamente, na hora. Afinal, há que se matar o tédio.

- Então, vamos? Diga que vai, meu amor... Você sabe que venho sonhando com isso há dias.
- Já escolheu a “vítima”? – disse sorrindo, com os lábios cheios, se curvando sobre a insinuação das presas brancas.
- Sim, sim! – disse ele, num sorriso ansioso, percebendo que o predador já o havia tomado completamente
- Você sabe que não gosto de perder tempo com detalhes. Faça acontecer.

Rapidamente ele providenciou a vinda daquele coitado que se apaixonara perdidamente pelo predador. Disposto a tudo para conquistá-lo, submetera-se à idéia com uma facilidade impressionante, afinal, ele precisava de qualquer coisa que o aproximasse de sua paixão. Dali para o motel barato foi um pulo.
Desagradou ao predador a breguice local.

- Veja para onde você me trouxe! Deveria ter escolhido um local mais decente, embora não seja bem essa a palavra que esteja lhe motivando. – disse, debochado.
- Mas, foi tudo que pude arranjar agora!
- Deixe, não há por que explicar – disse o predador beijando-o selvagemente, como sempre.

A “vítima” manifestou débeis ciúmes. Sabia que não era páreo para o outro, uma vez que era ele o escolhido. Conformava-se em estar bebendo a presença poderosa e estonteante do predador.

- Você está com inveja? - perguntou com um sorriso perigoso – Venha.

Sorrindo, ansioso, a “vítima” entregou-se ao beijo, fazendo o outro gemer de prazer antecipado.

- Definitivamente você é um ser incompreensível – disse o predador tranquilamente ao outro.

Dentro do quarto a “vítima” foi despida e levada à cama. O outro se sentou numa poltrona, bebendo vinho e fumando um cigarro barato, para observar, com olhos ansiosos, arfando de um prazer pecaminoso e intenso. Ver o predador em ação sobre outra pessoa que não ele mesmo o enchia de uma satisfação tão poderosa que sua mente se invadia das mais negras sombras de prazer.
Na cama, o predador levava a “vítima” as mais altas esferas do prazer carnal. Embora para ele aquilo fosse muito pouco e nada estivesse representando prazer. Subjugava-o, com total indiferença, humilhando-o. Ao colocá-lo de quatro, olhou para o outro, que se contorcia na poltrona capenga do quarto barato. Por mais que o predador tentasse se enganar, ele sabia que o outro era do tipo de pessoa que não amava, ou melhor, que amor na verdade, era apenas sexo. Ele vivia num reino sem rei algum.
De forma inesperada, todo prazer esgotou-se, sem conclusão alguma. Entediado o predador se vestiu num átimo de tempo e se foi, logo que a “vítima” magoada pôs-se a chorar de maneira irritante, na cama, suplicando para que o outro o trouxesse de volta.
O outro, vendo que toda a diversão terminara, sequer olhou para a “vítima”. Apenas deixou o dinheiro em cima da mesinha de cabeceira e saiu, preocupando-se em chegar rapidamente em casa, apesar de perceber o nojo que o olhar do predador derramara sobre ele.


♫ Make me Wanna Die - The Pretty Reckless

- 18:38h

Lohan;

domingo, 22 de maio de 2011

The Voice Record

You know? I used to sleep listening to "Enchant" by my dearest Emilie Autumn everyday, but now that I've found this fucking awesome voice record of one of the most magic, beautiful and unforgetable moments of my whole life, I find myselg replacing Emilie. I'm sure listening to your beautiful lovely voice while I'm waiting to fall asleep makes it so much better now. It makes me feel like you've never gone away. It makes me feel like you're here, holding me, like you used to do. It's like you're whispering again those right things in my ear like you used to do. I mean, this voice record is the best gift I could receive this year. Listening to our kisses noises and laughs, although weird, makes me feel so fucking alive.

I don't know what is happening to me right now, but all I need is this fucking voice record.

You're not going anywhere now. You're gonna be here, with me.

Sorry for my wrong english. I'm too numb to think straight.


♫ The Voice Record

- 5:52h

Lohan;

sábado, 21 de maio de 2011

Insegurança

Insegurança: (nome feminino)
1. Falta de segurança
2. Situação em que alguém se sente ameaçado ou se encontra exposto a um perigo
3. Atitude de quem sente falta de confiança em si próprio
4. Inquietação

Quantas pessoas não se enquadram nessas definições? Quantas pessoas não são assoladas diariamente por esse estado de espírito? Sim, porque a insegurança, a meu ver, pode até ser considerado um estilo de vida. Há momentos em que você se vê tão envolto nessa capa negra que parece não haver mais volta. E às vezes não há. Eventualmente você pode se ver confiante, seguro, mas é só um momento.
Como inseguro, não consigo conviver comigo mesmo. Estou sempre angustiado, incompleto. A vida não está me devendo nada, não? Ou sou quem está devendo algo pra vida?
Psicólogos dizem que assim como esse universo dinâmico, que procura seu caminho continuamente, assim somos nós seres humanos. Não paramos, estamos o tempo todo nos movimentando, buscamos o tempo todo nosso caminho. O problema é que esse caminho nunca parece chegar porque vivemos pra algo ou alguém e nunca há satisfação. Ou ao menos, nunca há a satisfação completa. E que caminho é esse, então? Dizem os psicólogos que esse caminho nunca chega porque procuramos nos lugares errados, vez que este está no seu coração, dentro de cada um.
Quão improvável é isso? Sério, eu não sei de caminho algum. E mesmo assim, é tudo muito bonito na teoria. Aplique. Encontre esse caminho dentro de você, acabe com sua ansiedade, angústia, insegurança. Faça isso e me fale.
No entanto, friso uma verdade: essa insegurança sempre é intensificada pela presença do outro; a fuga da realidade interior e a busca da exterior. É fácil se deixar ser dominado. E não, não é o outro o culpado. A culpa sou eu, a culpa é a minha fuga. Mas quando a gente se dá conta disso (se é que esse momento chega enquanto com o outro) já é tarde demais. O outro já está endeusado de alguma forma e vira nosso novo objetivo de vida. E aí a gente estuda, se veste, deixa de ir ou vai a lugares, muda a religião, fuma ou deixa de fumar, bebe ou deixa de beber, em suma, se desrespeita em função do outro. Loneliness is a bitch.
Daí quem chega pra colocar lenha nessa fogueira de Lúcifer? As elocubrações. Imagine o que o outro poderá pensar de mim! Não! Eu preciso ter uma boa imagem com o outro. Será que ele vai ligar? Por que ele não mandou mensagem? Será que ele gostou mesmo de mim? E se ele estiver fingindo? Eu não vou aguentar.
Sim, eu sei. Uma necessidade doentia de agradar, de ser aceito, de ser admirado. Todos sabem, mas e aí? Os sintomas são perceptíveis e a cura também. Mas a cura, a meu ver, está presa na teoria.
Autoestima é a palavra-chave. Certo. E onde eu posso comprar umas doses?
A insegurança é um estado de abandono de si mesmo. Um estado pré-insano ou insano, dependendo do grau. A insegurança me leva a ser infantil, birrento, constantemente angustiado. A insegurança me leva a ser infeliz.
E aí?

PS. Sempre enfatizando que essa é mais uma de minhas verdades que não correspondem à verdade universal.

♫ Glory Box - Portishead

- 15:34h

Lohan;

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Meu Suicídio

Tudo era lôbrego.

Naquele dia eu tinha chegado ao meu limite. Sério, eu não sabia mais o que fazer.

Saí correndo da sala, me tranquei no meu quarto, que era o único lugar onde eu me sentia bem; envolto por meu negro, minhas caveiras e os pôsteres dos meus ídolos. Lá eu me sentia protegido, embora já não aguentasse mais aquela minha vida caótica. Quando tranquei a porta, meu pai ficou lá, gritando, batendo e mandando que eu abrisse; não sei o que ele queria, qual forma nova de me humilhar ele havia descoberto. Eu tentava me colocar por cima e não sofrer, mas eu estava caindo num vasto abismo. Ninguém segurava minha mão e eu estava indiferente a tudo, na verdade. Eu precisava ao menos sentir o abraço do medo mais uma vez, no entando, nada me preenchia: eu estava sem lágrimas, sem ódio, sem amor, sem nada. Estava esquecido no tempo e era único. Naquela hora eu só pensei em uma coisa: subi na cadeira do computador e peguei, em cima do guarda-roupa, a caixinha que eu escondia de minha madrasta. Coloquei o segredo, destravei e tirei a chave do meu baú. Desci da cadeira e peguei baú debaixo da cama; era lá que eu guardava meus cadernos de poesia e outras coisas que não poderiam ficar à mostra. Abri o baú e lá estavam meus seis cadernos. Fiquei observando por um tempo e até li algumas poesias, todas falavam de uma só coisa: morte. Será que seria daquele jeito mesmo? Enfim, tirei os cadernos e o fundo falso do baú; o que me interessava estava ali. Seringas, comprimidos e lâminas. A heroína já tinha acabado e só restaram alguns valiuns e dois comprimidos de êxtase; o pior é que tudo acabou em menos de uma semana. Realmente, aquela semana fora conturbada. Restava apenas a vontade de morrer e de acabar de uma vez por todas com aquela vidinha medíocre que eu tinha; ali estavam as minhas lâminas.

Eu liguei o som, coloquei a trilha sonora de Queen of the damned, na música Change – aquele cd e aquela música, especificamente, me acompanharam nos piores momentos, e a sensação que eu tinha escutando-a era maravilhosa, principalmente depois de uma dose de heroína. Tomei os comprimidos de uma vez, tinha que ser fatal. De repente eu já estava num outro mundo onde tudo se passava em slow motion e... Aquelas pessoas no quarto... Eu as conhecia! Tarja Turunen, Floor Jansen, Simone Simions, Lisa Schaphaus, Marilyn Manson, Dani Filth e... Lestat! What the fuck?, meus ídolos tinham saído dos pôsteres e estavam vivos, ali, ao meu redor! Dani se aproximou de mim e sussurrou em meu ouvido com aquela voz rasgada tão excitante “suicide, sucide (...) The sacrifice of blood”. Era a hora. E mais excitante era ver Lestat vestido por um negro denso, perfeito, magnânimo. Eles estavam ali para fazer aquilo comigo, eu sabia. Por isso, meticuloso, peguei a lâmina mais nova e, ouvindo o próprio Lestat cantar sensualmente em meu ouvindo algo como “I’ve watched you change. It’s like you never had wings...” Passei-a em meu pulso esquerdo. Não há sensação melhor que sentir a lâmina fria dilacerando a carne, rompendo a artéria pulsante, ver meu braço se vestindo de um vermelho-vivo, escarlate. Por incrível que pareça, eu me sentia vivo; tão morto que a vivacidade se alastrava dentro de mim, eu estava nascendo. Nascendo ao som dos lirismos arrepiantes das mulheres ali comigo, enquanto Dani e Marilyn espalhavam meu sangue por suas bocas e se beijavam com voracidade, me olhando com luxúria, e Lestat vinha, insinuante, morder meu pescoço. Era ali que eu ficaria, em silêncio, longe do mundo, longe de tudo; até que a última luz se apagasse.

P.S. Esse texto é de 2006, da minha adolescência perturbada, haha.


♫ Change - Queen of the Damned

- 18:03h

Lohan;

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Não é medo de ser magoado, é autopreservação.

Não! Não é medo de ser magoado, é autopreservação.
É verdade, pode-se dizer que hoje a maioria das pessoas está corrompida, mas não é pela maldade do mundo, é pela humanidade mesmo, pelos sentimenos humanos. O que se mais vê hoje é o imediatismo das pessoas. Estamos falando de relacionamentos certo? Do tão falado "amor" - que pra mim não passa de paixão fugaz.
Algumas pessoas me criticam e até me chamam de covarde por não querer me apaixonar de novo, mas, sinceramente, covarida passa longe de autopreservação. Eu não vejo muitas vantagens em cair em outro relacionamento e ser completamente verdadeiro, em me entregar, se eu sei que, inexoravelmente, o fim vai ser a mesma merda. Outra coisa, o amor nos faz ridículos, como já dizia - se não me falha a memória - Shakespeare, com outras palavras. O amor nos tira a censura! A pessoa fica um tanto demente, embora isso tenha sua explicação científica, não é? Como a carga de endorfina e cerotonina é maior (principalmente quando se é jovem), o sujeito que está apaixonado fica meio que como se tivsse fumado maconha. Urgh! Corrijam-me se me enganei na explicação.
Existem muitas outras formas de aprender que não sofrendo e, mesmo sabendo que crescimento está restritamente ligado a dor, não só existe a dor de ser abandonado ou traído ou seja lá qual for o motivo que faça um relacionamento acabar. Foda-se, cara! Eu não quero me apaxionar tão cedo porque pra mim não vale a pena! E outra coisa: quando a gente está num momento "myself", a melhor coisa é se preservar. O fato é que a única coisa que eu consigo ver nos casais/pares que observo é uma gradessíssima banalização de sentimentos. Primeiro porque as pessoas já amam eternamente as outras de cara, na primeira semana; segundo porque estas mesmas pessoas encaram seu parceiro como a última pessoa do mundo, logo, fazem juras de amor dignas do próprio Shakespeare (ou não, né? Também existem os apaixonados aculturados que de seu modo brega fazem as mesmas promessas que não poderão cumprir), iludindo, fazendo o outro acreditar nas asneiras comuns. Sim, ainda existem as pessoas ingênuas que caem nessa.
Se neste mundo tão grande a maioria das pessoas está a fim de ferrar com o outro porque quase sempre querem sexo, não há porque arriscar outra paixão! Ah! outro ponto crucial, porque por incrível que pareça tem gente que pensa o contrário: sexo difere de amor. O sexo é uma mecânica grotesca que traz pra alguns uns graus de prazer. Grande merda! Se é pra viver um relacionamento doente por causa de sexo, melhor sair à procura somente de sexo sem compromisso. Sinceramente, eu tenho mais prazer fumando meu cigarro em paz do que penetrando alguém na doença de um relacionamento.
À minoria, aos que parecem ter valores íntegros, mas que só se fuderam, o melhor estilo de vida é autopreservação. Essa é uma opinião minha e não corresponde necessariamente à verdade, mas não! Não é medo de ser magoado, é autopreservação.

♫ I Know Where You Sleep - Emilie Autumn

- 14:47h

Lohan;

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A navalha do cabo de marfim

Aquela ligação era tudo o que ela precisava para perder a paciência. O dia já não estava sendo o melhor. Sabe quando você sente o dia manipulando tudo ao seu redor apenas com intuito de te irritar? Pois bem, o dia estava fazendo isso com excelência. Então ela recebe uma ligação anônima dizendo que uma de sua melhores amigas está na mesma boate que seu ex namorado. Besteira! Realmente, seria besteira se não houvesse aquela insinuação na voz da anônima.

Já passava de uma da manhã, o sono estava chegando, sutil. Entre bocejos e cochilos rápidos, ela assistia qualquer filme desinteressante na TV. Por que aquela filha-da-puta-que-ela-não-sabia-quem-era tinha que ter ligado? Num átimo de segundo algo a acordou por dentro e aquela informação expulsou completamente o sono. Ela nem iria ligar. Não! Ela iria a boate ver com seus próprios olhos o que desejava com todas as suas forças que não estivesse acontecendo. Já havia muito tempo que o namoro terminara, entretanto, não era nenhum sentimento a ele que movia sua ira. Ou talvez até fosse. No entanto, sua amiga presenciou todo o seu sofrimento e toda a luta pra se livrar de qualquer resquício de sentimento que pudesse ainda ser nutrido. Existia para elas uma ética de amizade, e as regras desta não poderiam ser quebradas assim, com pouca importância. Não, ela não iria ficar em casa. Não sabendo que naquele momento sua amiga poderia estar traindo aqueles valores.

Colocou sua melhor roupa e chamou um táxi. No caminho, foi pensando no que faria se os encontrassem juntos porque, de qualquer forma, o máximo seria uma conversa ou gritaria qualquer. Perdida em devaneios, percebeu que estava na porta da boate. Apalpou a lateral da perna e sentiu sua navalha de cabo de marfim por baixo do vestido preto colado. Ela entrou. Como sempre, todos a olharam em sua elegância, seu ar misterioso e o meio sorriso sem direção. Falou com um ou outro e logo descobriu onde eles estavam. Quando pode avistá-los, para sua surpresa, eles dançavam em direção oposta, como se não se conhecessem. Aquela ligação era um joguinho baixo, ela tinha certeza. Aquela filha-da-puta tinha ligado só pra brincar com a sanidade dela! E o pior é que ela poderia estar ali, de longe, rindo de sua cena patética. Já que ela estava lá, tinha que ser ao menos cordial, pra disfarçar. Respirou fundo e foi primeiro em direção a amiga, dançando. Quando ela a viu, abriu seu maior sorriso surpreso e foi correndo abraçá-la; entre gargalhadas, se abraçaram e dançaram por algum tempo. Tempo necessário para que seu ex a percebesse e, insinuante, fosse com seus olhares sedutores em sua direção. Porque embora o namoro já estivesse morto, seu ex era do tipo que não dispensava sacanagem. Ela ou outra, tanto fazia, ele só queria mesmo provar para si mesmo que era bom o suficiente para conseguir quem quisesse; do tipo de gente pequena que tem como objetivo de vida ser bonito, gostoso e eternamente conquistador. O ódio de relembrar quem ele realmente era e o quanto ela se deixou enganar enquanto estavam juntos a tomou de uma forma incontrolável, mas, ainda assim, elegante, ela retribuiu o sorriso e o abraçou, dançando.

Em meio ao ritmo frenético da música eletrônica, lembranças aos milhares nublaram sua mente e as cenas foram ficando mais rápidas, misturando-se ao sorriso débil do ex que tentava beijá-la. As mãos dele passeavam em seu corpo e a batidas da música ficavam mais altas enquanto os flashes do estrobo dificultavam sua visão. Absorvida pela insanidade que a envolvia, ela tirou a navalha da perna e agilmente rasgou o abdômen do outro. Segurou seu orgasmo – sem sucesso – enquanto via a expressão de dor no outro. Virou-se para voltar à roda onde estava sua amiga. Havia muita gente dançando e a luz oscilante seria o disfarce perfeito. Foi o disfarce perfeito. Não que ela quisesse que o outro morresse ali, sem seu assassino ao lado, gargalhando seu ódio. Antes de voltar para o lado dele havia outra coisa. Com seu maravilhoso sorriso montado, voltou para o lado da amiga e nem se deu o trabalho de começar uma nova dança. Já começara o que viera fazer, então, foda-se. Com a navalha ainda pingando, rasgou a laringe dela que, estupefata, caiu no chão. Nesta hora alguém já gritava a primeira morte. As luzes da boate foram acesas e todos os que estavam na pista de dança se afastaram, espremendo-se nas paredes. De um lado, sua amiga tentando debilmente estancar o sangue da garganta rompida, do outro, seu ex, caído, sem vida, somente o escarlate vivo que se espalhava por sua blusa branca dava alguma cor naquele corpo. E ela no meio, com a navalha ensanguentada na mão, gargalhando histericamente enquanto os outros, amedrontados, gritavam e se encolhiam.

Lentamente, foi andando em direção a amiga que tentava sobrevier sem muito sucesso a seus pés, e vagarosamente, com o olhar sem foco, levantou sua cabeça pelos cabelos e acabou de dilacerar seu pescoço, jogando-a para o lado como um saco de lixo. Enquanto as pessoas gritavam, naturalmente, ela foi andando em direção ao ex caído no chão. Pisou em seu rosto com a sola de sua bota cano longo 15 e percebeu que ele estava realmente morto. A insanidade nocauteou sua mente mais uma vez e ela se jogou ao lado dele, retalhando inúmeras vezes o corpo morto. Uma vez que a plateia estarrecida havia parado de gritar, ela levantou com classe, jogou os cabelos como uma sensual vampira de sede saciada, olhou para os corpos e para os que ali estavam e, como um felino, foi andando em direção a saída, brincado com a navalha entre os dedos. Passou pela porta como se nada tivesse acontecido e entrou no primeiro taxi que viu, deu o endereço do destino e seguiu. Poderia ter sido uma injustiça, mas se eles realmente estivessem... Antes de ela chegar... E se ela tivesse visto os dois... Foi retirada bruscamente de seus pensamentos ao ouvir as sirenes dos carros de polícia e das ambulâncias que seguiam em direção contrária ao táxi. Deu seu famoso meio sorriso ao taxista que a olhava pelo retrovisor e seguiram. E então o dia não tinha sido tão ruim assim.


♫ ... And Their Eulogies Sang Me To Sleep - The Agonist

- 20:28h

Lohan;

terça-feira, 17 de maio de 2011

Uns Zumbis que às vezes voltam

"Namorado não presta. Só presta enquanto está namorando porque quando acaba, acaba tudo: o amor, a amizade, o carinho(...)".

Pois é, eu escutei isso de alguém que namorei.
Primeiro, acho que devo dizer que o termo certo seria "ex-namorado", vez que o namorado só não presta quando o namoro acaba, o tornando assim, ex-namorado. :)
Afirmação mais que peremptória, pra falar a verdade; recheada da lógica mais irrefutável. Só posso falar da minha experiência, certo? Então a minha opinião não corresponde necessariamente à verdade universal, só à minha.
Ex-namorados são como zumbis inoportunos. Levantam-se impunemente dos seus túmulos para nos assombrar. E não precisa ser algo físico - e na maioria das vezes não é.
O ideal é que, ao perceber que é impossível manter o relacionamento, proceda-se a remoção do parceiro antes de qualquer infausto evento, o que quer dizer que é melhor classificar de "ficada breve", "amor de verão" e relacionados, qualquer amor de origem fútil.
Se o relacionamento se aprofundar ao patamar de "namoro", se o ficante eventual se elevar à condição de namorado, é necessário lembrar que uma vez ex, ele deve ser impreterivelmente lançado ao limbo infecto do esquecimento e da indiferença, inexoravelmente condenado ao pântano fétido onde vagam os zumbis. Porque sim, existem boas lembranças, momentos felizes, mas, na maioria das vezes, os relacionamentos não acabam com um "Oh, meu amor, melhor sermos somente amigos". E se acabam dessa maneira ilusória, certamente a outra pessoa não sente o mesmo. O que eu sempre vejo mundo à fora são uns "Seu filho da puta, por que você me traiu?" ou "Não quero mais te ver, canalha!". Portanto, sim! Eu tenho de concordar com a afirmação que introduziu o assunto.
Lógico que vale lembrar que essa é uma linha de pensamento minha (e de algumas pessoas que concordam comigo, claro). Ainda assim, da mesma forma, é necessário lembrar que, como todas as regras, essa também pode ter suas exceções.

PS. É evidente que o que for masculino no texto deve-se ler como feminino também.

♫ Stranger - Hilary Duff

- 23:54h

Lohan;

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Efêmero como uma rosa

Hoje aconteceu algo que mexeu minhas engrenagens cerebrais.
Eu fico impressionado com a rapidez que as coisas acontecem nesses romances de hoje em dia. A efemeridade dos sentimentos é absurda. Tudo bem, eu sou uma pessoa romântica e tal, mas já me convenci que a estória de Romeu e Julieta só é assim, esse clássico, porque os dois morreram. Minha tia costuma dizer (mais ou menos nessas palavras) que se o amor dos dois não tivesse sido perpetuado pela morte, certamente hoje dia Romeu seria um beberrão barrigudo e Julieta uma dona de casa com uma penca de crianças na barra da saia. Shakespeare que me desculpe, mas é verdade. Eu demorei pra aceitar isso, mas hoje é tão verdade que não vale a pena nem gastar tempo pensando nas probabilidades de não ser.
Lógico que os bons romances existem e estão por aí, meio escondidos. Believe me, se eu tivesse um romance assim, hoje ele estaria muito bem escondido. Acredito em soulmates sim, mas não na perfeição da relação, afinal todo mundo tem defeitos. De qualquer forma, estou me desviando do assunto que eu realmente queria abordar que é a fucking efemeridade.
Tudo bem, compreende-se que o amor pode ser tão efêmero como uma rosa. A pungente beleza, uma vez colhida, se tornará fétida, engelhada; e o magnífico vermelho-sangue, tomará a cor do sangue coagulado.
O único problema é que isso não deveria ser uma constante. Entendo que o mundo é rápido e as coisas ficam cada vez mais urgentes, mas o sentimento é algo que deveria frear tudo isso. Ou ao menos, deveria ser essa a válvula de escape dessa pressa que o mundo tem.
Eu já tive as minhas muitas experiências, então a maioria das coisas que escrevo aqui é proveniente dos episódios da minha vida. E já que não se pode mudar isso tudo e que a tendência é essa, procurar o amor incansavelmente, fico apenas com a memória. Porque, né? Ao menos nos foi dada a memória para que tenhamos rosas no inverno, assim, a memória que guardamos das rosas deve nos dizer que, se merecemos estas rosas, é porque somos capazes, e que, se elas fanam, é que é de sua natureza volátil fenecer.
Então, até que plantemos estas rosas e saibamos nos conter para deixá-las na roseira, exibindo sua beleza efêmera, guardemos a memória das rosas colhidas e fanadas, do mesmo modo que guardamos o perfume dos amores que perdemos ao longo desta vida breve.
O meu jardim de rosas ainda continua com suas rosas fétidas, mas mesmo assim, me vejo capaz apenas de lembrá-las com carinho dos tempos bons de colheita, em que elas eram de uma beleza estonteante.
Vivam, pessoas.



♫ Paradise Circus - Massive Attack

- 23:03h

Lohan;

Eu, eu desconhecido e os tantos outros comigos.

A raiva comprime o peito e, sufocado, sinto as lembranças voltarem como em uma triste tarde de domingo.
O ódio, sem nenhum compromisso, bate à porta para um chá regado à angústia e então me dou conta que são elas, as memórias de tempos ingênuos que vêm desatar-me.
Finalmente posso ver em mim como se fosse fora de mim, afinal, gritos insólitos de solidão desnuda de prazer ecoando cada vez mais intenso por dentro do eu desconhecido que possuo.
Novamente encontro-me somente eu junto aos meus comigos, tapando os ouvidos para abafar aqueles gemidos e grunhidos que já não tão fortes, persistiam em se fazer presentes para ver uma alma doente que, sem saber o que fazer, punha-se a cantar tristemente aquelas canções a dizer sobre o triste fim do luar.
Eu, apenas com o eu desconhecido e tantos outros comigos.

♫ You Make me Feel - Archive

- 15:11h

Lohan;

domingo, 15 de maio de 2011

Prologue

Eu até pensei em começar a postar aqui com algum texto meu já pronto, mas não, não acho válido.
Eu pensei bastante num nome pra esse blog e TODOS os que vieram a mente já existiam. Mas o pior mesmo é que, tipo, todos os blogs estavam ou desativados ou os últimos posts eram de 2005 pra baixo; um desperdício.
Não pretendo rotular esse blog, tenho quase certeza de que maioria das coisas que serão escritas aqui sairão da parte não-sóbria do meu cérebro, portanto, não posso responsabilizar meu lado são por contos, crônicas, pensamentos ou qualquer outro tipo de texto que for postado.
A gente sempre tem esse lado onde os sentimentos obscuros, das trevas, vingativos ou-seja-lá-qual-for-a-definição são cultivados. Eu decidi juntar todos eles num lugar só, acho mais fácil controlá-los assim.
Enjoy them. :)

♫ You Make me Feel - Archive

- 23:17h

Lohan;