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Estudante de jornalismo, apaixonado por Chicklit, música, seriados e devaneios.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Efêmero como uma rosa

Hoje aconteceu algo que mexeu minhas engrenagens cerebrais.
Eu fico impressionado com a rapidez que as coisas acontecem nesses romances de hoje em dia. A efemeridade dos sentimentos é absurda. Tudo bem, eu sou uma pessoa romântica e tal, mas já me convenci que a estória de Romeu e Julieta só é assim, esse clássico, porque os dois morreram. Minha tia costuma dizer (mais ou menos nessas palavras) que se o amor dos dois não tivesse sido perpetuado pela morte, certamente hoje dia Romeu seria um beberrão barrigudo e Julieta uma dona de casa com uma penca de crianças na barra da saia. Shakespeare que me desculpe, mas é verdade. Eu demorei pra aceitar isso, mas hoje é tão verdade que não vale a pena nem gastar tempo pensando nas probabilidades de não ser.
Lógico que os bons romances existem e estão por aí, meio escondidos. Believe me, se eu tivesse um romance assim, hoje ele estaria muito bem escondido. Acredito em soulmates sim, mas não na perfeição da relação, afinal todo mundo tem defeitos. De qualquer forma, estou me desviando do assunto que eu realmente queria abordar que é a fucking efemeridade.
Tudo bem, compreende-se que o amor pode ser tão efêmero como uma rosa. A pungente beleza, uma vez colhida, se tornará fétida, engelhada; e o magnífico vermelho-sangue, tomará a cor do sangue coagulado.
O único problema é que isso não deveria ser uma constante. Entendo que o mundo é rápido e as coisas ficam cada vez mais urgentes, mas o sentimento é algo que deveria frear tudo isso. Ou ao menos, deveria ser essa a válvula de escape dessa pressa que o mundo tem.
Eu já tive as minhas muitas experiências, então a maioria das coisas que escrevo aqui é proveniente dos episódios da minha vida. E já que não se pode mudar isso tudo e que a tendência é essa, procurar o amor incansavelmente, fico apenas com a memória. Porque, né? Ao menos nos foi dada a memória para que tenhamos rosas no inverno, assim, a memória que guardamos das rosas deve nos dizer que, se merecemos estas rosas, é porque somos capazes, e que, se elas fanam, é que é de sua natureza volátil fenecer.
Então, até que plantemos estas rosas e saibamos nos conter para deixá-las na roseira, exibindo sua beleza efêmera, guardemos a memória das rosas colhidas e fanadas, do mesmo modo que guardamos o perfume dos amores que perdemos ao longo desta vida breve.
O meu jardim de rosas ainda continua com suas rosas fétidas, mas mesmo assim, me vejo capaz apenas de lembrá-las com carinho dos tempos bons de colheita, em que elas eram de uma beleza estonteante.
Vivam, pessoas.



♫ Paradise Circus - Massive Attack

- 23:03h

Lohan;

4 comentários:

  1. Esse seu post veio contradizendo tudo que li em um outro blog hoje de manhã, o temao do outro post era Relacionamento Perfeito e como você cita ai - que os relacionamentos bons estão escondidos, indico que dê uma passada neste blog, pq vc vai encontrar um desses www.olhaoqueteescrevi.blogspot.com
    Mas, eu concordo com algumas coisas, digamos que hoje em dia relacionamento e amor foram banalizados, como já li em alguns tweets da vida: Um foda-se tá saindo mais sincero que um eu te amo.

    Ótimo texto Lohan!
    Bjs!

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  2. Você sabe que me ganha quando trata das questões do coração... e por mais que rosas e amor sejam clichês, você conseguiu surpreender e trazer uma analogia inédita para mim.

    Um beijo, Lohanzinho =*

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  3. peeeera, MASSIVE ATTACK! \o/ uhuuules!

    olhe, eu não acredito no relacionamento perfeito também, e sou infinitamente amargurada por causa da banalização dos sentimentos mais fortes.

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  4. Lindo!Nunca,mas nunca mesmo,vou deixar de acreditar no amor!A convivência é que traz a banalização se sentimentos importantes na vida,temos apenas que ter jogo de cintura e saber contornar a situação e preservar a essência dos puros sentimentos.Bju Lo.

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